Estudos apontam para uma queda de 1,9% ao ano na produção de espermatozoides, impactando a fertilidade masculina. Algumas causas ainda não estão claras, embora estejam relacionadas com o estilo de vida, a poluição e a alimentação. Já outras são bastante conhecidas dos médicos. É o caso da varicocele, que é a formação de varizes nas veias do escroto – onde estão alojados os testículos. Essa doença acomete entre 15% e 20% da população masculina. Geralmente assintomática, pode causar dor e sensação de peso na região dos testículos. Como nem todo homem portador de varicocele é infértil, é fundamental chegar ao diagnóstico da doença para que um especialista em fertilização assistida possa ajudar.
De acordo com Leonardo Piber, médico ultrassonografista do CDB Medicina Diagnóstica, a varicocele implica numa dilatação anormal das veias – podendo acometer adolescentes e adultos em qualquer fase da vida. “Durante o ultrassom com Doppler colorido, as veias dilatadas são percebidas como estruturas tubulares ramificadas ao longo do cordão espermático. Como a varicocele é mais frequente do lado esquerdo e pode afetar o crescimento dos testículos, é comum encontrarmos volumes testiculares muito discrepantes. Nestes casos, novos exames devem traçar uma medida comparativa durante o tratamento”.
Outra particularidade da varicocele é que mesmo homens que já engravidaram uma parceira anteriormente podem vir a sofrer de infertilidade por conta da doença. Estudos mostram que a varicocele é observada em mais de 80% dos homens com infertilidade secundária. Ou seja, que já tiveram um filho. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que um em cada quatro homens com alterações no sêmen tem varicocele, além de redução significativa do testículo afetado em comparação com o outro. Como existe uma relação direta entre o tamanho dos testículos e a concentração de espermatozoides, a investigação diagnóstica é fundamental para restabelecer a fertilidade masculina, se possível.
Piber afirma que o ultrassom com Doppler testicular pode ser bastante útil, também, para diagnosticar outras doenças que podem alterar a produção de espermatozoides. “Existe uma graduação dessa patologia: grau 1) varicocele pequena; grau 2) varicocele média, facilmente palpável e grau 3) varicocele grande, palpável e visível. Independentemente da avaliação clínica, o exame de imagem mostrará o tipo de impacto da doença sobre a fertilidade masculina. O represamento de sangue na bolsa escrotal aumenta sua temperatura e pode resultar tanto numa queda da taxa de espermatozoides quanto na diminuição de sua mobilidade, podendo levar à infertilidade. Daí a importância de um diagnóstico preciso”.
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