Lula recebe Gleisi após críticas da presidente do PT ao governo e a Padilha
Por Renato Machado | Folhapress
O presidente Lula (PT) recebeu para uma reunião nesta quarta-feira (30) a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o também deputado petista Odair Cunha (PT-MG).
O encontro no Palácio da Alvorada acontece após Gleisi ter criticado duramente o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). O ministro, responsável pela articulação política, não participou.
Segundo interlocutores, a conversa se deu principalmente sobre as eleições para a mesa diretora da Câmara dos Deputados, que serão realizadas em fevereiro.
O encontro não estava previsto na agenda do presidente da República. Ele aconteceu por volta da hora do almoço, na residência oficial do Palácio da Alvorada.
Na segunda-feira (28), a parlamentar usou a sua rede social para rebater críticas que haviam sido feitas anteriormente pelo ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo.
Padilha havia criticado o desempenho do PT, acrescentando que o partido "ainda não saiu do Z4 [zona do rebaixamento] que entrou em 2016 nas eleições municipais".
"Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão. E estamos numa ofensiva da extrema direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças", disse Gleisi, no X.
A presidente nacional do PT também mostrou incômodo com a avaliação de integrantes do governo que contabilizam as vitórias do centrão como sendo da gestão Lula, apenas por integrarem a base governista e cobrou apoio para as eleições presidencial e estaduais de 2026.
Segundo interlocutores, o ponto central da conversa com Lula foi a sucessão na Câmara dos Deputados. A ala encabeçada pelo deputado Odair Cunha pressiona para que o PT anuncie apoio ao nome de Hugo Motta (Republicanos-PB) -- apoiado pelo atual presidente Arthur Lira (PP-AL). O argumento é que diversas bancadas já estão marcando posição, apoiando a sua candidatura.
O apoio deve ser consolidado, apesar de que uma ala do governo defenda que ainda é cedo para se tomar uma posição.
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