Mais de 300 dos 416 prefeitos eleitos na Bahia citam combate a violência em seus planos de governo
Por Ana Clara Pires
Com cinco municípios liderando a lista dos mais violentos do país, conforme dados do Atlas da Violência 2024, a Bahia se destaca por índices de segurança indesejáveis. O ranking é liderado por Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo, com taxa de homicídios de 94,1 por 100 mil habitantes. Depois, vem Jequié com taxa de 91,9. Em terceiro vem Simões Filho com 81,2; Camaçari com 76,6; e Juazeiro com 72,3.
Entre esses municípios com maiores taxas de homicídios, todos os prefeitos eleitos apresentam propostas voltadas ao combate a violência. No entanto, nenhum deles cita o termo “homicídio”.
No plano de governo do prefeito eleito em Santo Antônio de Jesus, Genival Deolino, o termo “violência” é citado quatro vezes. Entre as quatro propostas, três tem a ver com a violência doméstica.
São essas propostas: o amparo a mulheres vítimas de violência doméstica, criação de programas de conscientização do combate à violência, ampliar a capacidade de atendimento e acolhimento às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.
Apesar de apresentar diversas propostas voltadas ao tema, todas têm um efeito de cuidado pós-violência. O prefeito eleito não propôs medidas de enfrentamento e combate para gerar a diminuição dos índices.
Em Jequié, o termo “violência” é citado cinco vezes em diferentes propostas de combate à violência, ligadas à prevenção da violência no ambiente escolar, combate a violência contra mulher e ambientes de acolhimentos para pessoas vítimas de violência.
Ao todo, 303 prefeitos eleitos abordam a violência em seu plano de governo de alguma maneira. Entre as mais de 300 propostas, estão desde reforço policial para o combate a violência até apoio jurídico e ambientes de acolhimento para essas vítimas.
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