Bispo taliano proíbe 'mafiosos e corruptos' de serem padrinhos de batismo


Uma pessoa se converte não só intimamente, mas tentando reparar os danos, restituir o dinheiro e pedir desculpas às suas vítimas. Então, pode haver perdão
Uma pessoa se converte não só intimamente, mas tentando reparar os danos, restituir o dinheiro e pedir desculpas às suas vítimas. Então, pode haver perdão (Divulgação Pixabay)
O Arcebispo de Monreale, Palermo (Sicília), Michele Pennisi, acredita que "não é possível que um mafioso ou corrupto possa ser padrinho". "Excomungar essas pessoas é uma pena medicinal. O Papa diz que a corrupção é uma doença a ser curada. A doença é grave e precisa de um medicamento pesado. Também é necessário proibir funerais religiosos ou que os mafiosos não possam ser padrinhos nos batismos ou nos casamentos", apontou.
Pennisi fez estas declarações em uma entrevista à Europa Press depois de ter sido um dos principais impulsionadores da proposta para aprovar um decreto que excomungue os mafiosos e corruptos a nível universal na Igreja Católica. Isto é afirmado nas conclusões do primeiro “debate internacional sobre a corrupção”, realizado no Vaticano em 15 de Junho, com a participação de 50 juízes antimáfia, bispos, vítimas, jornalistas e intelectuais de vários países.
Francisco já tinha se expressado nestes termos durante sua viagem à Calábria em 2014, em relação à “Ndrangheta calabresa” (uma das maiores organizações criminosas do mundo), que ele definiu como "adoração do mal" e a acusou de rejeitar o bem comum, garantindo que os membros deste tipo de grupo violento estão "excomungados".
"Trata-se de uma proposta de aplicar a excomunhão da Igreja Católica para aquelas pessoas que se mancharam com crimes de mafia, mas não apenas no nível italiano, onde já está em vigor na Sicília e na Calábria, mas em todo o mundo", expôs três anos depois o bispo da Sicília.
Além disso, também foi proposto que se estenda a expulsão da Igreja Católica aos corruptos, que de acordo com Pennisi, deve ser entendida "no mesmo espírito do Papa Francisco, isto é, não só um estado de pecado, mas um ato de não arrependimento". Ele também salientou a importância do contexto universal. "Não é apenas a Máfia na Sicília, a Camorra em Nápoles ou a Ndrangheta na Calábria. Há também os cartéis de drogas no México, a máfia russa", acrescentou.

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