'Programações estão deterioradas', diz Zelito sobre diversidade de atrações no São João
Foto: Igor Barreto/Bahia Notícias

A mistura de gêneros musicais se tornou uma febre mundial com as variações dos ritmos que surgem no mercado fonográfico. O funk se mistura com o brega, o sertanejo passeia com o piseiro e os temperos vão surgindo com o passar do tempo. 

 

Em 1991, quando a mistura de ritmos não era habitual, um baiano do município de Serrinha resolveu temperar o forró com axé, MPB e até mesmo rock n’roll. Zelito Miranda, o Rei do Forró Temperado, mudou o jeito de fazer forró e por pouco não se tornou arquiteto ou jornalista. 

 

“Quando eu cheguei aqui [Salvador], queria fazer arte, não importava a qual, eu tinha que estar no meio artístico. Fiquei 10 anos fazendo teatro, fiz dois longas e quando passou isso tudo quis fazer música. Eu fui para MPB nordestina e consegui gravar meu primeiro LP aqui na Bahia e esse LP me gerou uma viagem com Belchior de 27 show pelo Brasil, onde conheci a galera de trio elétrico”, lembra Zelito. 

 

O cantor conta que o convite para fazer um disco só com músicas de forró surgiu de um amigo e que nesse trabalho, decidiu incluir as influências que tinha de trio elétrico, samba reggae e axé.

 

Ainda sem nome para o novo CD, Zelito recebeu amigos para ouvir o disco e batizar o trabalho. De tanto brincar que tinha colocado um “tempero” nas músicas, não deu outra: ‘Tem que se chamar o rei do forró temperado!”, exclamou um amigo. 

 

“Aceitei ‘O Rei do Forró Temperado’ como nome do disco e não como uma marca minha. Mas aí lascou, porque um amigo fez um outdoor com o nome e todos que ligavam já não falavam Zelito e me chamavam assim”, diz o cantor que diz levar na brincadeira até os dias de hoje. 

 

Zelito ainda fala que acredita na importância de modificações no forró. “Se você pegar o forró e mantiver ele sempre tradicional, chega uma hora que não pega ninguém”.

 

O cantor ainda disse ao Bahia Notícias que é averso a introdução de artistas de outros segmentos musicais nas festas de São João. 

 

“Acho que é importante que essa tradição seja mantida, eu sou averso a essas tiradas porque não funciona. São João é uma festa que tem gastronomia, indumentária, música, dança… Mas essas misturas são inevitáveis”.

 

Zelito completa 13 anos do evento Forró no Parque neste ano. Com as restrições em decorrência da Covid-19, a festa não acontecia há dois anos. Para comemorar o retorno das atividades, o tradicional forró ganhou três edições: abril, maio e junho. 

 

Para o mês junino, o forrozeiro preparou uma festa especial no dia 12, Dia dos Namorados, às 11h, no Largo Pedro Arcanjo, no Pelourinho.  “Tem que chegar muito cedo, vamos dançar forró temperado até as 15h, aguardo vocês!”

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